Texto escrito pela Psicóloga Carolina Halperin, Terapeuta Cognitivo Comportamental.

Em Agosto de 2014, a revista Superinteressante lançou um guia de Psicologia. Nele são apresentadas as mais diversas linhas psicológicas, com destaque para a Terapia do Esquema, com entrevista do Dr. Ricardo Wainer – único terapeuta brasileiro credenciado pela ISST (sociedade internacional de Terapia do Esquema). Mas você sabe do que se trata essa modalidade psicoterápica?

A Dra. Carolina Halperin, psicóloga da Wainer Psicologia Cognitiva, adapta a entrevista do Dr. Ricardo e explica alguns dos conceitos desta teoria, desenvolvida em 1990 por Jeffrey Young em Nova Iorque:

Ao integrar diferentes abordagens e técnicas psicoterápicas, Young amplia e inova os conceitos cognitivo-comportamentais tradicionais. A teoria dos esquemas reúne elementos fundamentalmente cognitivo-comportamentais, mesclando-os com outros advindos da psicanálise, da gestalt, teoria do apego, construtivismo, e do modelo das relações objetais; por isto, é uma modalidade rica e completa de psicoterapia.

Inicialmente, Young criou a Terapia do Esquema para tratar de pacientes com problemas de personalidade e/ou refratários, cujas demandas não eram atendidas de forma completa pela terapia cognitivo-comportamental. Para tal, Young ampliou a teoria cognitivo-comportamental ao se voltar para a infância e adolescência em busca da origem dos problemas psicológicos do paciente, além de pontuar a relação terapêutica como uma ferramenta fundamental na psicoterapia. Por isso, hoje a Terapia do Esquema é utilizada em uma ampla gama de transtornos e situações clínicas.

Mas afinal, o que é um Esquema? Todos nós assumimos diferentes papéis ao longo do dia e da vida: profissional, filho, pai, amigo, e etc. Para formar estes papéis, inicialmente há a internalização do que se julga importante para suprir a demanda de cada atividade, e em seguida se passa a agir de acordo com tal. Isto é um Esquema: estruturas mentais desenvolvidas ainda na infância e adolescência, baseadas no temperamento inato e nas vivências pessoais, que tomam papeis centrais na vida de uma pessoa ao leva-las a pensar, agir e sentir de acordo com seus pressupostos.

Young cita 18 Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs), que operam em níveis profundos e refletem diretamente no relacionamento das pessoas com o mundo externo. Considerando os EIDs o foco central da Terapia do Esquema, é importante citar algumas de suas aracterísticas: gira em torno de tema ou padrão amplo; é formado não apenas por memórias, mas também por sensações e emoções; é relacionado apenas à própria pessoa, ou aos relacionamentos com outros; se desenvolve durante a infância e/ou adolescência; se elabora ao longo da vida e é disfuncional em nível significativo.

Os EIDs devem ser trabalhados para que as mudanças propostas pela terapia sejam duradouras, e a Terapia do Esquema aposta na relação terapeuta-paciente como principal ferramenta de trabalho. Portanto, além das técnicas já consolidadas pela TCC, é por meio do vínculo que ocorrem as principais intervenções: ao aceitar o paciente como ele é, validando seus sentimentos, o terapeuta

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